quarta-feira, 12 de março de 2008

NA ÍNTEGRA

NOTÍCIA VEICULADA PELA TELA VIVA NEWS

TV pública.
Presidência vetará artigo sobre cessão de jogos
12/03/2008, 03h47
Uma das questões mais polêmicas na lei de criação da TV pública aprovada na madrugada desta quarta-feira, 12, será extirpada do texto em sua promulgação. O líder do governo no Senado Federal, Romero Jucá (PMDB/RR), anunciou aos parlamentares durante a votação que a Presidência da República vetará o artigo 31º, que trata da cessão de jogos desportivos à TV Brasil. "O governo se compromete a vetar o artigo 31º. Então os senadores podem votar tranquilamente porque este artigo será vetado na sanção", declarou o líder. A principal oposição ao artigo, incluído pelo relator da MP na Câmara, deputado Walter Pinheiro (PT/BA), vinha justamente dos grupos detentores destes direitos, especialmente dos radiodifusores.O anúncio prévio de Jucá foi necessário porque existiam senadores da base aliada que estavam dispostos a votar contra a aprovação da Medida Provisória por conta deste trecho da proposta. Um dos que se pronunciou nesse sentido foi Francisco Dornelles (PP/RJ), que disse em pronunciamento que acreditava que o artigo era inconstitucional ao interferir em contratos privados.
Polêmica
O artigo que será vetado obrigava as TVs comerciais donas de contratos de exclusividade para a transmissão de jogos desportivos, em que o Brasil estivesse representado, cedesse o direito gratuitamente à TV Brasil caso não veiculasse as competições na TV aberta. O texto não sofreu qualquer contestação na votação na Câmara dos Deputados, mas gerou reações imediatas tão logo a proposta chegou ao Senado Federal. O senador Antônio Carlos Magalhães Júnior (DEM/BA) foi um dos primeiros a protestar, questionando a legalidade do artigo.Em seu parecer, o senador-relator Renato Casagrande (PSB/ES) ressaltou o artigo polêmico, apesar de não ter feito nenhuma alteração estrutural na proposta aprovada pela Câmara. Casagrande recomendou ao governo mudar a redação do texto, preservando ao menos a remuneração da detentora do contrato de exclusividade nos casos em que, por qualquer motivo, decida não veicular o jogo na TV aberta.A proposta de Casagrande seria permitir que, nestes casos, a dona do direito de veiculação possa revender a outros interessados a transmissão. Somente se nenhuma outra emissora tivesse interesse na transmissão, o direto seria cedido, gratuitamente, à TV Brasil.Mesmo com o veto, a polêmica pode voltar à tona na Câmara dos Deputados. Três projetos tramitam em conjunto na Comissão de Turismo e Desporto sobre este tema e podem ganhar fôlego com a discussão aberta pela TV Brasil. A tramitação destes projetos está paralisada desde julho de 2007, aguardando parecer dos deputados.
Mariana Mazza - TELA VIVA News

terça-feira, 11 de março de 2008

Às boas lasanhas.

Primeiro.
O Brasil é um país que acolhe muito bem qualquer tipo de cultura. Percebe-se ao andar em São Paulo. Existe uma farta variedade de restaurantes, dos alemães aos indianos. Mas o assunto não é comida, por enquanto.
O assunto é TV, e seu conteúdo.
Basta pensar um pouco e perceber que a grande maioria do nosso conteúdo televisivo é baseado em produções estrangeiras. Menciono ainda os programas que são apenas retransmitidos, como as séries americanas que passam por aqui nos canais abertos. Nada contra tal fato, se o mesmo não caminhasse para se tornar regra e ao ficar refém de tais produtos, limita-se criatividade e também oportunidades a bons profissionais.
Voltando a comida, comparo esse conteúdo comprado a uma lasanha de microondas, que tem gosto de nada, enquanto aquela lasanha feita pela avó num belo almoço de domingo torna-se cada vez mais rara.
E na tentativa de resgatar a tradição da lasanha caseira, o governo tenta impor, por meio de lei, que certa porcentagem do conteúdo exibido em canais pagos terá que ser produzido inteiramente aqui no Brasil.
Com isso mais talentos e oportunidades surgirão. É muito interessante pensar que em canais estrangeiros haverão programas nacionais, assim como já ocorreu com Mandrake e Avassaladoras, produções nacionais transmitidas respectivamente pelos canais pagos HBO e Fox. Mas é só. As grandes produtoras não querem produzir aqui, é mais fácil e rentável trazer o produto pronto. É mais lasanha de microondas. E para dar apenas um exemplo dos riscos de tal medida governamental, os preços das assinaturas da TV paga aumentarão consideravelmente. Está nas mãos dos governos fazer o certo, mas o problema é saber o que é certo.

Segundo.
A Rede Globo detêm os direitos de transmissão sobre a grande maioria dos eventos esportivos a um bom tempo. Isso todos sabem. Abre-se uma exceção à Rede Record, detentora dos direitos de transmissão das olimpíadas de Londres, em 2012. Mas fundamentalmente quem manda nessa área é a Globo. Contudo todo esse poder pode diminuir, porque nos últimos dias surgiu uma novidade no mínimo curiosa. Todo evento esportivo, que tenha representantes brasileiros, e que não for transmitido pela emissora detentora dos direitos, será transmitido pela TV “pública”, sem gasto nenhum à ultima. Isso ocorrera via lei. O que se discute é se tal fato é legal ou não. A Globo pensa que não, já o governo pensa que sim. Lógico, querem comer uma boa lasanha sem pagar.

Terceiro.
E essa TV “pública” não tem nada de pública. BBC de Londres, é pública. Lá, paga-se por tal serviço que é imparcial e possui conteúdo que responde ao agrado da maioria. Isso é TV pública, sem as aspas. Aqui não é assim. Quem nomeou os responsáveis pela TV “pública” foi o presidente da república. Os funcionários nem por concurso passaram. Fora sua programação que é incipiente e insatisfatória. Penso que isso não é publico, é estatal. É a TV estatal brasileira.
E com todos esses problemas a TV continua faturando muito, mas do que qualquer outra mídia. Com tudo isso.

Último.
Saudades das boas lasanhas.

domingo, 2 de março de 2008

Rapidinhas DVD




Tá dando onda: Esta ousada animação que, em formato de documentário traça a trajetória de um pingüim fanático por surf, é uma das mais deliciosas idéias para animação produzidas nos últimos tempos. A forma documental tratada no filme abre espaço para o diretor trabalhar algumas partes da trama sem a cronologia óbvia de um filme infantil, traduzindo a história em um ótimo exercício cinematográfico. Melhor que o também excelente e oscarizado Ratatouille. Vale muito a pena se divertir, mesmo não sendo criança.


Superbad - É hoje: É bom saber que o gênero do bobo e sem graça American Pie voltou à forma habitual (Pork’s) fazendo boas e inteligentes piadas sobre a “abstinência” sexual da juventude norte-americana. Protagonizada por um trio de nerds que finalmente são convidados para participar de uma festa com a missão de levar as bebidas, o longa conta com a participação de Seth Rogen (também roteirista) e dos ótimos Jonah Hill e Michael Cera, que demonstram um excelente tom cômico.


Notas sobre um escândalo: O longa não traz somente a agradável surpresa de ser uma ótima adaptação do livro “What Was She Thinking: Notes on a Scandal” de Zoe Heller, como também a surpresa de nos apresentar uma atuação, por parte da inglesa Judi Dench , superior até mesmo à da ótima Hellen Mirren em A Rainha. Dench, ao construir um personagem de extrema complexidade, nos brinda com a performance de uma Barbara Covett robusta e lânguida ao mesmo tempo, que, ao descobrir que a amiga de trabalho novata, com quem intimamente cria uma amizade que transcende os limites da amizade platônica, se relaciona com um aluno de 15 anos, ameaça contar à família da colega sobre o caso em troca de “favores sexuais”.