segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Desinteresse
O motivo disso é o desinteresse.
Apenas sabe do colapso um reles interessado que escuta um programa noticioso na tv ou rádio ou que lê o caderno de economia de algum jornal crível. Ainda existe a internet, mas é muito cobrar dela, num país como o nosso que permite um acesso pífio a tal instrumento de informação e cultura.
Prefere-se falar de outros assuntos mais relevantes ao cotidiano, como por exemplo, se Ronaldinho Gaucho merece ou não uma vaga na seleção do Dunga, que por sinal tem sua vaga de técnico questionada por todos. Aliás, costuma-se dizer, pelos cantos, que se fosse dada à política a mesma importância destinada ao futebol esse país seria muito melhor. Bom, é apenas um dito.
Discute-se por aí o corte de cabelo da Marta, quando vai ser o novo Big Brother (infelizmente vai ter mais um. Infelizmente!) e motivo do término do famoso tal com a famosa tola.
Não serei hipócrita. Não escuto CBN e não vejo Jornal da Cultura.
E não é isso que sugiro aqui.
Não peço para que as discussões do cotidiano cessem. Não é para conversar sobre isso num boteco com seus amigos bebendo cerveja. Este local é apropriado para outras discussões.
Só peço que o povo tenha o poder de ter acesso à informação. Que a grande massa tenha a consciência do que ocorre no mundo em que vivem.
É nessa parte que a mídia entra.
Divida o tempo. Continue falando de Dunga e Ronaldinho, de Big Brother, do famoso tal com a Marta tola, ou do corte de cabelo da famosa do momento. Mas Mídia, não concentre informação a poucos.
Em tempo: segundo o dicionário colapso é a perda dos sentidos. Sentidos da economia mundial que passa pela sua maior crise depois da queda da bolsa de Nova York, em 1929. Lembrando que o Brasil faz parte desse mundo.
É sério.
Segue: http://economia.uol.com.br/cotacoes/ultnot/2008/09/29/ult1918u1208.jhtm
quinta-feira, 24 de julho de 2008
Metáforas toscas.
Certa vez, neste mesmo blog, comentei sobre algo que me incomoda. Os tais formatos, programas e séries estrangeiros que lotam as grades de programação (da TV aberta).
Não nego, e reitero que isso me incomoda, pois sei que com um pouco mais de empenho e incentivo pode-se fazer algo melhor do que o oferecido por essas lasanhas de microondas.
Na tv brasileira vê-se os dois lados: o da produção nacional e o do enlatado. Exemplifica-se: Grande Família e Big Brother.
O primeiro (que já foi melhor) prova que o Brasil tem capacidade de montar uma decente sitcom que diga algo a mais, que fale de brasileiros para brasileiros.
O segundo gera repugnância, desapego às coisas boas da vida. Simplesmente um lixo. Um enlatado que perdeu seu prazo de validade há uns sete anos, ainda quando a idéia era inovadora e interessante. Passou do tempo de parar, mas o formato insiste em insistir. E a resposta para tal é que o produto ainda vende (e muito).
Imagine-se dono de um mercadinho, e que tenha nas suas prateleiras itens velhos, vencidos. Digamos que ninguém tenha percebido que esses produtos estejam estragados, e que os mesmos continuam a vender normalmente. Economiza-se ao não comprar novos produtos, e lucra-se com algo que não se esperava lucrar mais. Perfeito. Tosca e metaforicamente, a Globo é a dona do mercadinho.
Mas paro agora com as reclamações. Minha intenção é elogiar um formato comprado que deu certo, e muito.
CQC.
Ótima idéia original da Argentina, já foi vendida para dezenas de países, e há uns quatro meses também para o Brasil (leia-se Band).
Marcelo Tas, Professor Tibúrcio e Ernesto Varela, é o ancora, com credibilidade (algo raro hoje em dia), da atração, que é um misto de jornalismo com humorístico. O restante do elenco (mais seis homens) veio dos palcos de stand-up comedy espalhados pelo país. Com seus trabalhos divulgados pela internet, ganharam fama e entraram na TV.
Os números do Ibope só afirmam ainda mais que a atração deu certo. O maior índice de audiência da Band é com o jornalístico Brasil Urgente, apresentado por Datena. Exibido as 18.00, diariamente, tem pico de oito pontos, com média de seis. Pois bem, há quatro meses no ar, CQC já bate seis de pico, não para de crescer e de aumentar seu leque de patrocinadores, o que demonstra o prestigio que vem criando com o público e conseqüentemente com o mercado publicitário. É um índice elevado para os padrões da emissora do Morumbi.
Mantenho minha opinião inicial escrita neste texto. Acho que há talento e capacidade para se fazer algo nacional de qualidade. Mas tendo a concordar que de vez em quando uma lasanha de microondas não faz mal a ninguém, mas tem que ser de qualidade.
Metafórica e toscamente, assista algo bom.
domingo, 20 de julho de 2008
Batman - O Cavaleiro das Trevas
Esqueça de tudo que já viu e já assistiu sobre Batman. Esqueça as tramas lineares, os personagens caricatos. Esqueça até mesmo Batman Begins. O que Christopher Nolan nos apresenta aqui não é somente uma história cheia de reviravoltas onde em cada cena nos é mostrada uma nova surpresa. Mas sim um retrato da sociedade em que estamos inseridos, na qual não é impossível imaginarmos um herói fantasiado de morcego combatendo os Coringas da vida real.
E por incrível que pareça (exceto pela parte da fantasia de morcego), isso não é exagero. Se desde que Nolan passou a comandar a franquia via-se muito mais realismo impresso na película, agora então, é possível identificarmos Rio de Janeiro, São Paulo, Recife disfarçados de Gotham City. E para tal, o diretor nos poupa brilhantemente de efeitos gráficos de computação e investe massivamente nos efeitos mecânicos, tornando as seqüências de ação muito mais palpáveis.
E não é só pela técnica que a história encontra ecos na vida real. Christopher Nolan e seu irmão Jonathan elaboram o roteiro de modo que a desenvoltura de seus personagens soam da maneira mais plausível possível. Se ao mesmo tempo que encontramos uma Rachel crédula no bem indestrutível, ou um Harvey Dent defensor da moral maior (herói que Bruce Wayne sonha em ser, e cujo arco dramático se mostrará de grande importância para o desfecho da história), encontramos um Coringa anárquico e niilista de cujas aparições na telona se mostram cada vez mais surpreendentes.
O Coringa, aliás, é um dos grandes alicerces do filme. Interpretado com alma pelo falecido Heath Ledger, o roteiro lhe confere (falta de)dignidade e (a)moral transformando a criação de Tim Burton e Jack Nicholson (no Batman de 1989) de um simples palhaço unidimensional em busca de diversão a um lunático que ao mesmo tempo que ansiamos pela sua aparição em cena, tememos-la terrivelmente. Com uma interpretação passível de prêmio, Ledger incorpora maneirismos (olhar, respiração, movimentos de língua, andar) ao personagem, que lhe imprimem um sarcasmo maquiavélico; e uma mudança de timbre da voz, que oscila de falcetes cômicos a berros raivosos, dignos de importar o Joker ao hall dos maiores vilões do cinema.
Se alguém ainda duvida do potencial de Christopher Nolan em se tornar, ao lado de Paul Thomas Anderson e Darren Aronofsky, uma das maiores promessas do cinema do século XXI, após "O Cavaleiro das Trevas" não nos resta dúvidas de que a atual obra-prima da carreira do diretor irá impulsioná-lo ao Olimpo do qual fazem parte Martin Scorcese e Clint Eastwood e já participaram Kubrick e Bergman. Pois não é qualquer um que tem a capacidade de transformar uma simples adaptção de HQ em uma trama surpreendente e bem articulada de proporções épicas.
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Wall-E
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Hoje eu mesmo vou comprar as flores
Falo isto, não como pesar do trabalho nas costas, ou como desculpa para o ainda raso número de leitores de nossas críticas. Mas digo isso feliz. Feliz por não ser mais um Ms. Dalloway. Feliz por não ser mais uma Virginia Woolf, ou uma Laura Brown, ou uma Clarice Vaughan. Feliz por viver.
Ficha técnica:
Direção: Stephen Daldry
Roteiro: David Hare
Elenco: Nicole Kidman, Julianne Moore, Meryl Streep, John C. Reilly, Ed Harris, Toni Collette
Edição: Peter Boyle
Direção de Fotografia: Seamus McGarvey
Este é o principal ponto de partida em que Michael Cunnigham se inspira para elaborar o romance homônimo que deu origem ao excepcional "As Horas"
Na década de 20, a escritora britânica Virginia Woolf (Kidman irreconhecível), moradora dos arredores de Londres, vive o exemplo de uma vida bucólica: casada com um homem que leva até o café-da-manhã na bandeja ao quarto da esposa quando acorda, conta com um time de serventes que lhe compra até o gengibre para temperar a comida das visitas. Visitas que aliás são a única válvula de escape da romancista, que, ao vê-las como última conexão com a vida agitada (lê-se saboreada), cria uma espécie de apego especial com a convidada.
Em Los Angeles, Laura Brown (Moore), casada com um veterano da 2ª Guerra Mundial, não consegue ver um sentido na própria existência. Grávida e com um filho de 7 anos, ela nem ao menos tem a capacidade de preparar um bolo para o aniversário do marido, se mostrando uma dona-de-casa incapaz, em uma época onde o american way of life é levado ao extremo. Coincidentemente, ela vê na vizinha(Collette) com câncer, uma inspiração de mulher que realmente vive.
Na Nova Yorke atual, a editora, e anfitriã de uma festa em homenagem a um escritor aidético, Clarice Vaughan (Streep), com uma espécie de carapuça forte e independente, tenta afogar suas inseguranças em festas comemorativas que na realidade não representam nada.
A trilha sonora de Philip Glass, que ao contrário dos arranjos de "O Ilusionista", onde a trilha do compositor chega a ser exagerada, aliada à ótima fotografia, se mostra de extrema eficiência em nos apresentar o universo melancólico em que vivem as protagonistas. Além disso, outra qualidade técnica que o longa possui, é a ótima montagem de Peter Boyle, que consegue transpor a mudança de gerações de maneira bela e eficiente.
Um filme para todos, mas que com certeza será muito mais bem compreendido por aqueles que já passaram por uma época de depressão na vida.
"Eu luto sozinha contra a escuridão, na mais profunda escuridão, e só eu sei o que isso significa. Só eu posso entender minha condição. Você vive sob a ameaça de minha extinção. Eu também vivo sob esta ameaça". Virginia Woolf
quarta-feira, 30 de abril de 2008
A Cegueira vai a Cannes.
quarta-feira, 12 de março de 2008
NA ÍNTEGRA
TV pública.
Presidência vetará artigo sobre cessão de jogos
12/03/2008, 03h47
Uma das questões mais polêmicas na lei de criação da TV pública aprovada na madrugada desta quarta-feira, 12, será extirpada do texto em sua promulgação. O líder do governo no Senado Federal, Romero Jucá (PMDB/RR), anunciou aos parlamentares durante a votação que a Presidência da República vetará o artigo 31º, que trata da cessão de jogos desportivos à TV Brasil. "O governo se compromete a vetar o artigo 31º. Então os senadores podem votar tranquilamente porque este artigo será vetado na sanção", declarou o líder. A principal oposição ao artigo, incluído pelo relator da MP na Câmara, deputado Walter Pinheiro (PT/BA), vinha justamente dos grupos detentores destes direitos, especialmente dos radiodifusores.O anúncio prévio de Jucá foi necessário porque existiam senadores da base aliada que estavam dispostos a votar contra a aprovação da Medida Provisória por conta deste trecho da proposta. Um dos que se pronunciou nesse sentido foi Francisco Dornelles (PP/RJ), que disse em pronunciamento que acreditava que o artigo era inconstitucional ao interferir em contratos privados.
Polêmica
O artigo que será vetado obrigava as TVs comerciais donas de contratos de exclusividade para a transmissão de jogos desportivos, em que o Brasil estivesse representado, cedesse o direito gratuitamente à TV Brasil caso não veiculasse as competições na TV aberta. O texto não sofreu qualquer contestação na votação na Câmara dos Deputados, mas gerou reações imediatas tão logo a proposta chegou ao Senado Federal. O senador Antônio Carlos Magalhães Júnior (DEM/BA) foi um dos primeiros a protestar, questionando a legalidade do artigo.Em seu parecer, o senador-relator Renato Casagrande (PSB/ES) ressaltou o artigo polêmico, apesar de não ter feito nenhuma alteração estrutural na proposta aprovada pela Câmara. Casagrande recomendou ao governo mudar a redação do texto, preservando ao menos a remuneração da detentora do contrato de exclusividade nos casos em que, por qualquer motivo, decida não veicular o jogo na TV aberta.A proposta de Casagrande seria permitir que, nestes casos, a dona do direito de veiculação possa revender a outros interessados a transmissão. Somente se nenhuma outra emissora tivesse interesse na transmissão, o direto seria cedido, gratuitamente, à TV Brasil.Mesmo com o veto, a polêmica pode voltar à tona na Câmara dos Deputados. Três projetos tramitam em conjunto na Comissão de Turismo e Desporto sobre este tema e podem ganhar fôlego com a discussão aberta pela TV Brasil. A tramitação destes projetos está paralisada desde julho de 2007, aguardando parecer dos deputados.
Mariana Mazza - TELA VIVA News
terça-feira, 11 de março de 2008
Às boas lasanhas.
O Brasil é um país que acolhe muito bem qualquer tipo de cultura. Percebe-se ao andar em São Paulo. Existe uma farta variedade de restaurantes, dos alemães aos indianos. Mas o assunto não é comida, por enquanto.
O assunto é TV, e seu conteúdo.
Basta pensar um pouco e perceber que a grande maioria do nosso conteúdo televisivo é baseado em produções estrangeiras. Menciono ainda os programas que são apenas retransmitidos, como as séries americanas que passam por aqui nos canais abertos. Nada contra tal fato, se o mesmo não caminhasse para se tornar regra e ao ficar refém de tais produtos, limita-se criatividade e também oportunidades a bons profissionais.
Voltando a comida, comparo esse conteúdo comprado a uma lasanha de microondas, que tem gosto de nada, enquanto aquela lasanha feita pela avó num belo almoço de domingo torna-se cada vez mais rara.
E na tentativa de resgatar a tradição da lasanha caseira, o governo tenta impor, por meio de lei, que certa porcentagem do conteúdo exibido em canais pagos terá que ser produzido inteiramente aqui no Brasil.
Com isso mais talentos e oportunidades surgirão. É muito interessante pensar que em canais estrangeiros haverão programas nacionais, assim como já ocorreu com Mandrake e Avassaladoras, produções nacionais transmitidas respectivamente pelos canais pagos HBO e Fox. Mas é só. As grandes produtoras não querem produzir aqui, é mais fácil e rentável trazer o produto pronto. É mais lasanha de microondas. E para dar apenas um exemplo dos riscos de tal medida governamental, os preços das assinaturas da TV paga aumentarão consideravelmente. Está nas mãos dos governos fazer o certo, mas o problema é saber o que é certo.
Segundo.
A Rede Globo detêm os direitos de transmissão sobre a grande maioria dos eventos esportivos a um bom tempo. Isso todos sabem. Abre-se uma exceção à Rede Record, detentora dos direitos de transmissão das olimpíadas de Londres, em 2012. Mas fundamentalmente quem manda nessa área é a Globo. Contudo todo esse poder pode diminuir, porque nos últimos dias surgiu uma novidade no mínimo curiosa. Todo evento esportivo, que tenha representantes brasileiros, e que não for transmitido pela emissora detentora dos direitos, será transmitido pela TV “pública”, sem gasto nenhum à ultima. Isso ocorrera via lei. O que se discute é se tal fato é legal ou não. A Globo pensa que não, já o governo pensa que sim. Lógico, querem comer uma boa lasanha sem pagar.
Terceiro.
E essa TV “pública” não tem nada de pública. BBC de Londres, é pública. Lá, paga-se por tal serviço que é imparcial e possui conteúdo que responde ao agrado da maioria. Isso é TV pública, sem as aspas. Aqui não é assim. Quem nomeou os responsáveis pela TV “pública” foi o presidente da república. Os funcionários nem por concurso passaram. Fora sua programação que é incipiente e insatisfatória. Penso que isso não é publico, é estatal. É a TV estatal brasileira.
E com todos esses problemas a TV continua faturando muito, mas do que qualquer outra mídia. Com tudo isso.
Último.
Saudades das boas lasanhas.
domingo, 2 de março de 2008
Rapidinhas DVD
Superbad - É hoje: É bom saber que o gênero do bobo e sem graça American Pie voltou à forma habitual (Pork’s) fazendo boas e inteligentes piadas sobre a “abstinência” sexual da juventude norte-americana. Protagonizada por um trio de nerds que finalmente são convidados para participar de uma festa com a missão de levar as bebidas, o longa conta com a participação de Seth Rogen (também roteirista) e dos ótimos Jonah Hill e Michael Cera, que demonstram um excelente tom cômico.
Notas sobre um escândalo: O longa não traz somente a agradável surpresa de ser uma ótima adaptação do livro “What Was She Thinking: Notes on a Scandal” de Zoe Heller, como também a surpresa de nos apresentar uma atuação, por parte da inglesa Judi Dench , superior até mesmo à da ótima Hellen Mirren em A Rainha. Dench, ao construir um personagem de extrema complexidade, nos brinda com a performance de uma Barbara Covett robusta e lânguida ao mesmo tempo, que, ao descobrir que a amiga de trabalho novata, com quem intimamente cria uma amizade que transcende os limites da amizade platônica, se relaciona com um aluno de 15 anos, ameaça contar à família da colega sobre o caso em troca de “favores sexuais”.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Defeitos e Virtudes.
Isso há sete anos. Hoje Jack Bauer não passa de um protagonista de sucesso de uma série de não menos glórias – é umas das mais vista do mundo juntamente com Lost e Desperate Housewives – e como tal cumpre o seu papel.
Depois de “seis dias” o sucesso continua (antes que perguntem, só acabei de ver a 6°temporada agora). Mas houve muitas críticas contra essa temporada. Depois de seis temporadas é compreensível que o nível – muito bom de todas as outras temporadas – caia. Mas não foi todo esse desastre alegado. Pelo contrário.
Considero que seja covardia comparar o “6°dia” com o “5°” – esse teve muito mais surpresas e ação – por exemplo.
Acho que falhas ocorreram sim, como o desnecessário desfecho de Curtis (parceiro de Jack).
Mas tais erros não comprometeram o andamento.
E apenas para reiterar, a série não se embasa em ataques terroristas, torturas ou sangue derramado, mas sim na vida do humano Jack e como tal é repleto de defeitos e virtudes, sobressaindo-se suas fragilidades as quais são exemplificadas na última cena desta temporada, onde é possível pensar que aquele seria o final de Jack.
Mas tranqüilizo todos que gostam da série.
http://br.youtube.com/watch?v=Jb2YNuWA-tA (trailer da sétima temporada).
Atentem para o novo vilão.
Mas o “7°dia” só vem para o Brasil em 2009.
Enquanto isso aproveite o “6° dia” com todos os seus defeitos e virtudes.
O que é bom...nem dura mais.
A série é Studio 60 – on the sunset strip.
Os executivos são da NBC (império da TV americana e mundial).
Ótima porque não vi e presumo que não verei uma série como esta. Simplesmente ótima.
Péssimos porque não enxergaram a qualidade de seu produto, de sua série.
A série: Mostra os bastidores do Studio 60, um programa (fictício) humorístico de auditório, aos moldes do famoso Saturday Night Live (esse sim, real). É uma aula pra quem trabalha ou trabalhará um dia em TV. E um prato cheio para quem simplesmente gosta do assunto.
O elenco: Destaque para o ótimo Matthew Perry (Chandler de Friends). Perry personifica o roteirista do programa, Matt Albie, com extrema perfeição. Com tal atuação acaba com possível estigma de ser ator apenas para a comédia, pelo contrário, leva o drama com extremo talento e facilidade. Completam o elenco, Bradley Whitford, Amanda Peet e Steven Weber.
O roteiro: Assim como a série, ótimo. Aaron Sorkin (o mesmo de The West Wing) é diferenciado. Ninguém atualmente roteiriza como ele. Seus diálogos são rápidos e inteligentes. Trata muito bem assuntos delicados à sociedade americana, como o uso de drogas, a guerra do Iraque e religião. Tem o controle total do texto.
Obs: para quem gosta de um bom roteiro no cinema, atentem à novidade Paul Haggis. Roteirizou Menina de Ouro (muito triste, muito bom) e Crash – No Limite (simplesmente muito bom). O controle do texto e o tratamento sobre assuntos delicados (eutanásia em Menina de Ouro e preconceito social e racial em Crash – No Limite) lembram Aaron Sorkin.
Os executivos: Perderam um ótimo conteúdo por questões econômicas. Infelizmente a audiência ainda rege o conteúdo. Explica-se: Studio 60 foi exibido nos EUA no mesmo horário de CSI (líder disparado de audiência por lá). Burrice no momento de montar a grade porque Studio não concorre com CSI, são produtos totalmente distintos. O resultado de tal erro: o fim de uma ótima série.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
Sobre o Oscar na TV
Da TNT falo agora.
O que foi Chris Niklas comentando vestidos, bustos, jóias, sorrisos junto de Rubens Ewald Filho.
Não combinou com o estilo do canal e muito menos com o estilo de Rubens, que muitas vezes ficou perdido após comentários da parceira, que por sinal é bem fraca no quesito apresentação de programa.
Por favor, TNT, ano que vem deixa essa parte de Chris, vestidos, bustos, jóias e sorrisos para Caras, Contigos, Flashs...
Por favor, TNT [2], troque de tradutora (uma das piores vozes da TV mundial).
E pra terminar a parte da TNT: respeito Rubens Ewald e todo o seu conhecimento de cinema, que é inegável, mas cansou. Sérgio Dávila, Luiz Carlos Merten, Marcelo Janot, apenas pra citar três bons críticos.
Agora a Globo.
Finalmente, se não quer transmitir não compre os direitos. Deixa a emissora do patrão mostrar o evento, mas sem o Rubens, que é o mesmo da TNT.
É, parece que só eu cansei do “Rubão”.
Finalmente [2], parabéns aos vencedores. Onde os fracos não têm vez é digno de todos os seus prêmios, principalmente Javier Bardem, assim como Daniel Day Lewis (Sangue Negro) e Marion Cotillard (Piaf – um hino ao amor), os melhores protagonistas.
No ZEBRA for old men
Mas bom realmente foi ver Falling Slowly arrebatar canção original, deixando as babaquices de Encantada comendo poeira.
Stripper profissional e estivadora nas horas vagas
As esposas estavam mais felizes
Uma estatueta a menos
Único discurso acalorado da noite
sábado, 23 de fevereiro de 2008
Pra quem vai?
Desde de Agosto vem sendo especulado o ganhador da maior premiação da sétima arte. Desde Zodíaco até a animação Ratatouille fizeram parte do banco de apostas filmes como Antes que o diabo saiba que você está morto e até mesmo a adaptação homônima do livro O caçador de pipas. Porém, depois das premiações dos vários sindicatos e do Globo de Ouro, esse caminho nebuloso foi-se tornando mais claro. Despontaram como favoritos filmes como Juno, Onde os fracos não têm vez e Sangue Negro, e no dia 22 de Janeiro as indicações firmaram-se previsíveis.
Abaixo, listamos os principais indicados nas proncipais categorias, os prováveis vencedores e as possíveis zebras:
Melhor ator: Daniel Day-Lewis não tem pra ninguém. Após seu discurso no SAG no qual emocionou a platéia ao homenagear o colega Heath Ledger, garantiu seu segundo Oscar deixando Johnny Depp, seu principal concorrente, comendo poeira. Os outros indicados são Tommy Lee Jones, George Clooney e Viggo Mortensen.
Melhor atriz: A atriz mais jovem a ganhar a estatueta na categoria, a que demorou mais tempo para ganhar pela segunda vez ou a primeira atuação em língua estrangeira depois de 46 anos. Qualquer das três (Ellen Page, Julie Christie e Marion Cotillard, respectivamente) que sair vitoriosa vai fazer história. A consagração tende a cair sobre a indiana, que venceu pela primeira vez em 1966 por Darling, mas as críticas a favor sobre a francesa podem ter sido fator decisivo para os votantes. Porém, a disputa entre as duas pode favorecer Page que pode roubar os votos divididos entre as duas primeiras. Cate Blachett parece impossível subir ao palco do Kodac Theater para receber a premiação, alguns dizem que Elizabeth é tão ruim que nem se nota a atuação de Blanchett. Já Laura Linney é uma surpresa até mesmo ter concorrido, quanto menos ganhar.
Melhor ator coadjuvante: Se no ano passado as atuações femininas eram mais do que certeza (Helen Mirren e Jennifer Hudson), este ano as masculinas é que estão sendo barbada nas apostas. Além de Day-Lewis, o espanhol Javier Bardem segue como franco favorito na disputa pela categoria de coadjuvante e só perde a estatueta se a Academia resolver dar um prêmio de consolação para o subestimado Assassinato de Jesse James e premiar Casey Affleck. Quanto aos outros (Hal Holbrook, Philip Seymour Hoffman e Tom Wilkinson) a probabilidade que vençam é ainda menor, deixano o caminho livre para Bardem.
Melhor atriz coadjuvante: Cate Blanchett, a Copa Volpi do ano passado, se mostra a nova queridinha da Academia que lhe concebeu esta segunda indicação neste ano e segue como uma das favoritas do grupo. Amy Ryan também veio arrancando alguns prêmios das mãos da australiana, o que a torna uma forte concorrente. Mas também não nos esqueçamos de Ruby Dee que venceu o prêmio de Atriz Coadjuvante do Sindicato de Atores, e nem de Tilda Swinton que está ótima em Conduta de Risco e pode surpreender.
Mas em um ano que será conhecido como “O ano em que Oscar quase não aconteceu” torna mais difícil prever o que acontecerá na 80ª maior noite do cinema e o que teria se passado na cabeça dos milhares de atores, diretores, roteirista, produtores e outros votantes da Academia de Artes Cinematográficas.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Top 10
Esta homenagem à literatura Pulp dos anos 40 conta com um dos mais criativos e engenhosos roteiros do cinema moderno e prova o talento de Tarantino, que após o longa se lançou como um dos maiores cineastas da atualidade.
Ao mostrar várias histórias desconexas se cruzarem por atos de vilência, o diretor e roteirista Paul Haggis escancara a hipocresia de uma sociedade onde o individualismo e a intolerância nas relações humanas prevalecem.
8- Amnesia (Cristopher Nolan, 2000)
Uma das maiores surpresas dos últimos anos, Cristopher Nolan foi revelado neste filme-quebra-cabeça, que, de trás para frente, nos relata a angustiante jornada de um homem em busca do estuprador e assassino de sua mulher.
7- Cidade de Deus (Fernando Meireles, 2002)
Indispensável filme nacional que conta com uma das maiores direções do cinema brasileiro e com uma antológica cena de abertura (a da galinha). Tudo isso para narrar o nascimento de um bandido/traficante nos morros cariocas.
6- Tempos Modernos (Charlie Chaplin, 1936)
Um dos maiores clássicos de Chaplin, o filme retrata a interligação da vida a um relógio, criticando assim não só o sistema capitalista de produção, mas tembém o sistema capitalista de viver.
5- Festim Diabólico (Alfred Hithcock, 1948)
O mais criativo longa de Hitchcock nos mostra mais aflorado o lado teatral do diretor . Contando com apenas 8 cortes, a película de 80 minutos nos ilude de forma que aparente ter 200.
4- Dançando no Escuro (Lars von Trier, 2000)
Criado em 1995 por diretores dinamarqueses (entre eles Von Trier), o ousado Dogma 95 se mostra bastante eficiente em contar histórias transbordadas de drama, como neste longa, tornando-as o mais viceral possível. Arrebatadora atuação de Björk como Selma, uma mãe aspirante a dançarina que tem uma doença crônica que culminará na cegueira total, e que faz o máximo para arrecadar dinheiro para a operação do filho que herdou a doença.
3- Laranja Mecânica (Stanley Kubrick, 1971)
2- Crepúsculo dos Deuses (Billy Wilder, 1950)
1- Poderoso Chefão (Francis Ford Copolla, 1972)
Filme definitivo de máfia, conta a história de como uma família de mafiosos reage com a chegada das drogas à cidade. Dirigido com preciosismo por Francis Ford Coppola, o filme ainda trás as fantásticas atuações de Marlon Brando e Al Pacino.