segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

No ZEBRA for old men

Se você esperou até as 2 da madrugada desta segundona esperando um bom e velho azarão que tornasse a noite mais divertida: um Paul Thomas Anderson ressurgindo das cinzas e roubando a estatueta dos Coen; um Johnny Depp cortando o pescoço de Daniel Day-Lewis; ou até mesmo a prodígia Saiorse Ronin ou o veterano Tom Wilkinson despontarem como melhores coadjuvantes, deve ter achado, como eu, este 80º Oscar um porre (ainda mais depois das encenações das três canções de Ecantada ). Não que Javier Bardem, Joel e Ethan, Daniel Plaineview (digo, Day-Lewis) e Tilda Swinton não merecessem. Pelo contrário. Mas a idéia de assistir a um desfile de Fause Hatens pra cá, Carolina Herreras pra lá, Diors aqui e Gabannas acolá, é justamente para na hora do “the Oscar goes to…” passar aquele friozinho na barriga e aquele que ninguém esperava subisse ao palco sem nem mesmo um discurso preparado.

A maior surpresa realmente foi por parte de Diablo Cody. Sim eu sei que ela era a favorita para o prêmio de roteiro original, mas, apesar da pose óbvia de “sou a diferentona” , fiquei abismado com o braço de estivadora que ela tem.
Confesso que fiquei feliz de não ver Cate Blanchett subir no palco como vencedora de alguma estatueta. Primeiro porque Swinton é uma grande revelação nos últimos tempos e foi muito bom ela ter recebido o prêmio por atriz coadjuvante, o que com certeza lhe abrirá portas muito maiores num futuro próximo. Segundo, porque, se Blanchett subisse ao palco nesse momento, teria menores chances de ganhar um Oscar de melhor atriz futuramente.
Mas bom realmente foi ver Falling Slowly arrebatar canção original, deixando as babaquices de Encantada comendo poeira.
De resto, os mesmos discursos de sempre, os mesmos agradecimentos de outrora e o mesmo chororô já protagonizado por Halle Barry, Charlize Theron, mas agora na pele de uma francesa.

O pior realmente foram as vinhetas de praxe da cerimônia que, desta vez, nos fez relembrar que já tivemos "O Maior Espetáculo da Terra" e "Sheakspere Apaixonado" como vencedores da estatueta mais cobiçada; que "Como Era Verde Meu Vale" derrotou "Cidadão Kane", ou que "Rocky" derrotou "Taxi Drver", ou que "Gente Como a Gente" tirou a estatueta de "Touro Indomével" e de "Homem Elefante"; relembramos também que nem Kubrick, nem Hitchcock, nem Bergman e nem Fellini subiram ao palco do Teatro Kodac para recebrem seues merecidos prêmios de melhores diretores.
Esperamos que nos próximos anos a Academia se lembre de David Fincher e outros excelentes diretores, e resolvam lhes premiar antes que morram. E principalmente, que as zebras mostrem suas caras e salvem mais um Oscar do marasmo de sempre.

Stripper profissional e estivadora nas horas vagas

As esposas estavam mais felizes

Uma estatueta a menos

Único discurso acalorado da noite

Um comentário:

Malcier disse...

Concordo em gênero,número e grau com você Victor.Espero que o próximo ano tenha surpresas positivas.
Marcelo Malcier